sexta-feira, agosto 26, 2016

O mito do ordenamento - 4ª parte

Ordenar um território sem que tal faça parte de um plano, visando extensões do território desertificadas, quase sem a presença do Estado, onde escolas, hospitais ou tribunais foram encerrados, com populações envelhecidas, sem qualquer incentivo à fixação de jovens, que aí não encontram o necessário para uma vida digna, nem sequer rentabiliza o investimento, que será rapidamente perdido face a uma inevitável falta de manutenção resultante da insustentabilidade global da região.

Num território desertificado, mesmo uma floresta ordenada, só por sí e não obstante a sua valia, em pouco contribuirá em termos sustentabilidade, sendo certo de que não irá atrair novas populações, acabando por representar uma vantagem marginal da qual se extrairá uma rentabilidade muito inferior ao seu real potencial como parte de uma solução mais abrangente, representando sempre um pesado encargo para todos.

O próprio espaço florestal, demasiado desvalorizado, com o valor de muitos terrenos abaixo do custo da sua limpeza, em zonas onde a mão de obra é virtualmente inexistente, face ao envelhecimento das populações residentes, inviabiliza qualquer opção que passe pela imputação de custos a uma eventual transmissão da propriedade, o qual fica muito abaixo de quaisquer encargos resultantes de sucessivos trabalhos de limpeza.

Também não temos dúvidas, face à experiência resultante da observação de diversas medidas semelhantes ou equiparáveis, que da falta de rentabilidade resulta o encargo, que será atenuado reduzindo os trabalhos de manutenção, resultando na perda do trabalho efectuado e no restabelecimento de uma situação muito semelhante à que se vive actualmente, perdendo-se o investimento realizado e comprometendo a confiança das populações em iniciativas futuras.

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