sábado, outubro 05, 2013

O "conto do vigário" dos nossos tempos - 9ª parte

Image Hosted by Google Ainda há quem avise ou se assuma...

Logicamente que transferências inter-bancárias, pagamentos via Paypal ou cartão de crédito, bem como tudo o que permita identificar facilmente o destinatário, facilitanto a acção da justiça, e sobretudo o que possa obrigar a um reembolso, está completamente excluido das opções propostas.

Outra área, completamente distinta, mas com muitos pontos comuns, é a abordagem pela via sentimental, que acrescenta uma vertente muito mais sinistra, dado que a uma possível perda financeira pode adicionar uma séria mágoa, com consequências impossíveis de prever e que podem perdurar muito para além da reposição dos bens perdidos.

Em termos técnicos, poucas ou nenhumas alterações surgem, usando-se o mesmo tipo de endereços, servidores, etc, podendo serem os mesmos a usar dois tipos de esquema diferentes, que se integram conforme a táctica seguida, pelo que o mencionado previamente relativamente a este aspecto se mantém neste caso e verificando-se que não distinguem entre homens e mulheres, procedendo ao envio indiscriminado das mensagens para quem constar da lista de endereços a que têm acesso.

Tal como anteriormente, o perfil pode ser inspirado em alguém real, sendo frequente incluir fotos de pessoas jovens e atraentes, que, não raras vezes, são celebridades menores, possivelmente desconhecidos nos países de origem dos burlões, mas que podem ser reconhecidos por residentes nos países onde quem aparece nas fotos têm alguma, mesmo que pequena, notoriedade.

sexta-feira, outubro 04, 2013

Casas ecológicas e transportáveis Uchi

Image Hosted by Google Casa da Uchi em finalização

Abordamos no passado alguns modelos de casas transportáveis, de fácil instalação e compatíveis com actividades relacionadas com o turismo rural, capazes de se integrarem adequadamente em locais remotos, sem colidirem com a paisagem ou com o equilíbrio ecológico do local onde se insiram.

A proposta da Uchi segue estes critérios, facilitando a instalação de pessoas e serviços em locais remotos, sendo adquiridas completas, com os equipamentos e configuração específicas para as funções ou fins a que se destinam, podendo ser facilmente transportadas para outro local e reutilizadas imediatamente após a sua instalação.

Estas casas, que oferecem áreas a partir dos 21 m3, podendo crescer de forma modular, de acordo com as necessidades dos seus utilizadores ou habitantes, através da adição de novos módulos personalizados, podem destinar-se a diversos fins habitacionais ou comerciais, com numerosas opções que podem chegar à auto suficiência energética.

Com 3 metros por 7, na sua configuração base, um preço que ronda os 10.000 Euros, depedendo da configuração e equipamento, a Uchi é uma opção a ter em conta por parte de todos quantos necessitem de uma habitação temporária e possuam terreno onde a instalar, bem como quem tenha em mente projectos na área turística, onde as Uchi permitem uma construção rápida e disponibilização de serviços num muito curto espaço de tempo.

quinta-feira, outubro 03, 2013

O "conto do vigário" dos nossos tempos - 8ª parte

Image Hosted by Google Um título de jornal útil

Entre as mensagens que analizamos, encontramos desde os auto intitulados herdeiros da fortuna de Khadafi, a supostos familiares de Mugabe ou de Saddam Hussein, suportando a sua mensagem em ligações ou recortes de jornais, nos quais se levantavam suspeitas de valores depositados no exterior dos respectivos países e escondidos de observadores internacionais.

Nalguns casos existe uma primeira abordagem, com um enquadramento que pode sugerir um desenvolvimento diferente, onde surge a questão de ganhar confiança através do conhecimento mútuo, enquanto noutros a primeira mensagem revela a verdadeira intenção, propondo desde o início o suposto negócio, sem sequer explicar qual a razão ou os critérios da escolha de um sócio desconhecido.

Nestes últimos enquadram-se as célebres lotarias ou sorteios, das quais a atribuida à Microsoft é a mais conhecida, e que pedem ao suposto vencedor os dados para que seja procedido ao pagamento do prémio, incluindo-se aqui o próprio número da conta bancária para a qual seria efectuada a transferência, bem como algumas ofertas nas quais o beneficiário tem que pagar antecipadamente taxas ou portes.

O verdadeiro esquema começa, em termos efectivos, na altura em que é pedido o pagamento prévio dos encargos inerentes à transação, que podem ser, alegadamente, taxas ou despesas bancárias, o qual deve ser efectuado não para uma conta bancária, mas por um sistema de entrega, como o da Western Union ou pelos correios, que permite um levantamento fácil e o reembolso impossível.

quarta-feira, outubro 02, 2013

O "conto do vigário" dos nossos tempos - 7ª parte

Image Hosted by Google Um café com acesso público à Internet

Após descrito o ambiente envolvente e os intervenientes, podemos passar à descrição da actividade que, tipicamente, propõe um negócio sempre excelente, com um grande lucro para o colaborador, a quem é prometida uma percentagem elevada de uma quantia muito substancial como pagamento de uma operação de intermediação financeira, que envolve movimentação de capitais a partir de um país distante.

É comum falar de verbas cativas devido a problemas burocráticos ou heranças, impossibilidade de movimentar bens como resultado de um determinado cargo oficial, sendo frequente descreverem-se como membros de governos ou titulares de cargos públicos, militares, gestores de empresas, adicionando muitas vezes um título académico ou patente militar, como forma de reforçar a sua credibilidade.

Em muitos países sub-desenvolvidos, e infelizmente também em Portugal, um cargo de relevo, título académico, patente militar elevada, entre outros, aumenta a credibilidade de quem utiliza este tipo de designação, contribuindo para reforçar uma história que tende a ter detalhes no mínimo bizarros, mas que podem tocar as raias do absurdo.

No entanto, alguns aumentam a credibilidade recorrendo a ligações genuinas, onde são noticiados factos que, obviamente sem ter nada a ver, se enquadram bem na sua história, surgindo aqui desde a morte de um dado personagem de quem se afirmam herdeiros, ao desaparecimento de verbas, que alegam estar sob a sua tutela, mesmo que impedidos de as movimentar livremente, sendo possível ver histórias onde factos não relacionados parecem encaixar-se num todo credível.

terça-feira, outubro 01, 2013

O "conto do vigário" dos nossos tempos - 6ª parte

Image Hosted by Google Um "site" de registo de burlões

Assim, pode-se, de alguma forma, chegar ao perfil do burlão, que normalmente será proveniente de África, com especial incidência para países como o Gana, Costa do Marfim ou Marrocos, sendo normalmente do sexo masculino, facto que resulta, em grande parte da maior dificuldade das mulheres em ter instrução e, consequentemente, poderem utilizar computadores com um mínimo de à vontade.

Aliás, dado que em muitos destes países as mulheres estão confinadas a tarefas domésticas, e que uma grande parte deste tipo de fraudes é efectuada através de computadores públicos, disponibilizados em cafés ou lojas, de modo a dificultar a localização e identificação do utilizador, cujo rasto se perde no meio de uma multidão anónima.

Daqui decorre, igualmente, o facto de poucos traços se encontrarem nos próprios computadores, com dados sucessivos a serem sobrepostos e os ficheiros temporários a perderem-se, sendo escolhidos locais com pouco ou nenhum controle, onde os serviços são pagos em dinheiro e existe uma óbvia cumplicidade, que se estende, normalmente, ao local de levantamento do dinheiro, tipicamente uma estação de correios onde trabalha um cúmplice.

Para a maioria de quem, de forma contínua, se dedica a esta actividade criminosa, esta é vista basicamente como um emprego, considerando como moralmente aceitável extorquir dinheiro a quem consideram como ricos e mesmo exploradores dos países onde habitam, não manifestando qualquer tipo de remorso pelos prejuizos que provocam.

segunda-feira, setembro 30, 2013

O "conto do vigário" dos nossos tempos - 5ª parte

Image Hosted by Google Um mapa de parte ocidental de África

Também não é raro verificar-se uma flagrante ignorância em termos geográficos, com situações tão absurdas como localizar Londres nos Estados Unidos, Roma em França ou, simplesmente, evitar questões quanto ao seu local de proveniência ou de residência actual.

Também é comum terem perdido a família directa de forma trágica, sendo exemplo disso a morte do pai num acidente de viação e a da mãe como resultado de uma doença, o que corresponde, possivelmente a um certo estereotipo, em que a morte do elemento masculino resulta de um incidente violento e a da mãe de um processo mais natural.

Na verdade, esta possibilidade pode ser a transferência de algo muito comum em países, sobretudo no 3º Mundo, onde os homens morrem, em grande parte, como consequência de conflitos e violência, enquanto as mulheres perdem a vida como resultado de diversas complicações de saúde e falta de assistência médica.

É igualmente frequente a existência de apenas um ou outro familiar distante, ou de um conflito familiar, no sentido de apontar para uma certa falta de apoio que remete para a necessidade de estabelecer laços de confiança com um estranho com maior rapidez do que seria normal.

domingo, setembro 29, 2013

O "conto do vigário" dos nossos tempos - 4ª parte

Image Hosted by Google Lista de endereços usados em fraudes

No entanto, uma pesquisa mais atenta, pode revelar que usam nomes e fotos provenientes de redes sociais, sendo comum o roubo de identidade ou a construção de um personagem baseado em alguém existente, tal como usar nomes ou partes da história de vida de personagens reais, algumas das quais identificáveis através de uma pesquisa.

Por outro lado, alguns dos nomes escolhidos variam entre os mais comuns que se podem encontrar, o que dificulta a sua identificação no meio de milhares de nomes semelhantes, ou são francamente absurdos, chegando ao ridículo, tentando uma conotação com o fim a que se destinam, mas não fazendo qualquer sentido para países europeus que usam a mesma língua.

A maioria dos utilizadores escreve em inglês, com óbvios erros, detectáveis mesmo por quem não tem o inglês como lingua nativa, sendo as falhas mais flagrantes detectáveis sobretudo a nível da construção frásica, dado que os erros ortográficos podem ser detectados por um simples sistema de correcção, pelo que podemos estar diante de uma sequência de palavras correctamente escritas, mas também de um texto com pouco ou nenhum sentido.

Normalmente, este tipo de utilizador afirma ser proveniente de países anglófonos, como a Inglaterra, Estados Unidos ou Austrália, mas que, por razões de vária ordem, normalmente profissionais ou relacionada com apoio familiar, na altura encontra-se em África, sobretudo na Costa do Marfim ou Gana.